ANSIEDADE
- Anaclara Miranda Rodrigues
- 30 de jul.
- 1 min de leitura
Tem vezes que Ansiedade é nome próprio. Chega na vida, passa o café, recolhe as roupas do varal e, quando menos se espera, está ditando as regras da casa.
Ela não é assim para todo mundo. Tem gente que conta de uma ansiedade barulhenta, que fala alto e fala muito. É preocupada, tenta antecipar os passos e colocar a vida nos eixos. Organiza, planeja, revisa mentalmente todas as possibilidades do que pode dar errado. Como se isso bastasse pra impedir o mundo de desabar.
Mas tem também uma ansiedade mais silenciosa. Aquela que mora no corpo. No nó que se forma no estômago antes de sair de casa. Na dificuldade de dormir mesmo estando exausta. No pensamento que roda em círculos, mesmo sem querer.
Ela se disfarça bem. Vira impaciência. Vira culpa. Vira aquela sensação vaga de que você está sempre devendo alguma coisa, a alguém ou a si mesma.
Cada jeito de ser dessas ansiedades é uma história que merece ser contada, escutada e honrada. As preocupações que vêm com elas falam de modos de viver que precisam ser reconhecidos. Porque, às vezes, a ansiedade também carrega algo de precioso: o desejo de proteger, de prever, de dar conta, de garantir que o mundo funcione de um jeito possível para si e para quem se ama. Ela só não encontrou ainda outro caminho.
As conversas terapêuticas podem ser esse espaço onde você não precisa se apressar, se justificar ou se consertar. Um lugar onde seja possível apenas estar. E, aos poucos, ir criando outros modos de existir no mundo , com menos medo e mais espaço pra viver.















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